O profetismo que a igreja deve exercer na sociedade
não é nem de longe o estilo verbal que algumas igrejas incorporaram de ficarem
pronunciando bênçãos ou maldição sobre o povo.
O profetismo bíblico é confrontador, desinstalador,
denunciador.
Os profetas não foram meros microfones que amplificavam e decodificavam o falar de Deus, mas gente com uma cultura, temperamento e individualidade.
A tarefa do profeta não se resumia em transmitir o
ponto de vista divino.
Ele era o referencial do povo. O profeta em Israel
não vaticinava apenas.
Ele era também poeta, pregador, patriota, crítico
social. Iniciavam suas profecias com juízo, mas sempre concluíam com esperança
e redenção.
O profeta não repetia jargões, não perpetuava o que
já fora dito, mas pensava fora dos paradigmas. Não era convencional. A mágica
de suas palavras vinha de sua intuição, de seu inconformismo e da largura de
seus anseios. Inúmeras vezes a linguagem do profeta foi hiper- bólica. O
exagero era uma maneira de mostrar sua angústia, seu desespero de não se
acovardar diante do iminente fracasso nacional.
Ser profeta não é ser fofoqueiro, nem disseminador
de contendas; ser profeta de Deus não é falar o que Deus nunca falou; ser
profeta não é adivinhar futuro de ninguém; não é dar palpites futurológicos;
ser profeta de Deus não é ter status e utilizar-se da Revelação de Deus para
auferir lucros em cima dos incautos sob o pretexto de espiritualidade; ser
profeta não é incorporar comportamento exacerbadamente místico na intenção de
dominar pessoas inocentes; ser profeta de Deus é ser homem de Deus, mesmo diante
dos desmandos que a vida impõe. Ser profeta é não escolher o que se quer falar,
para não falar o que não se deve falar; ser profeta de Deus é denunciar
estruturas de morte que às vezes se instalam nas eclesias de Deus; ser profeta
de Deus é não capitular com as injustiças que se faz em nome de Deus; ser
profeta de Deus, hoje, é continuar sendo figura desinstalada e desinstaladora;
é não ter orgulho espiritual nem ascensão sobre os outros, por conta do “dom”,
mas sim ter a humildade de saber que é apenas “uma voz que clama no deserto”.
O PREGADOR É UM PROFETA
Esta afirmação não implica em êxtases, visões,
revelações, arrebatamentos, previsões, etc. À luz da Bíblia, o profeta reflete
a época dos grandes vaticínios, das transcendentes inspirações e confrontos
ideológicos. É muito mais que um arrebatado, de alguém bem incomum, especial. O
pregador-profeta é alguém pronto para cumprir a vontade de Deus, custe o que
custar. Por isto mesmo denominar o pregador da atualidade de profeta é, para
muitos, distanciá-lo da conjuntura hodierna, como se fosse um extraterrestre.
O pregador cristão é um profeta por se tratar de uma figura incômoda, um desmancha-prazer, conta-própria. A tarefa do pregador-profeta é dupla: a) consolar os oprimidos e b) denunciar o opressor.
É, sem sombra de dúvida, muito difícil imaginar o
pregador-profeta como uma pessoa acomodada, conformada. Profeta conformado – ou
o falso profeta – era uma espécie de “guru”, que fazia profecia de encomenda.
O pregador-profeta tal quais os profetas antigos,
deve ser, na atualidade, esta personagem “incômoda”, manifestando o parecer
divino no que concerne a todas as injustiças sociais, enganos, imoralidades,
mentiras, racismos, autoritarismos, omissões, opressões sociais, na tentativa
de alertar o povo para a forma de vida que o Todo-Poderoso nos oferece em
Cristo.
O pregador-profeta tem grande responsabilidade
diante de Deus e dos homens, neste final de século: tem que se atualizar, sem
se conformar; tem que se confrontar, sem se revoltar; tem que participar, sem
contemporizar-se com as injustiças; tem que buscar a espiritualidade, sem se
colocar à margem dos problemas da sociedade moderna.
O pregador-profeta não é uma aberração temática,
mas sim alguém com profunda consciência do momento histórico que a igreja está
vivendo e com grande sensibilidade e abertura para Deus e sua vontade.
O PREGADOR-PROFETA VIVE DE REVELAÇÕES DE DEUS
O pregador que tem o dom ministerial de profeta tem
dupla função, a saber:
. Função preditiva. Embora seja uma
manifestação rara na vida do pregador que tem o dom ministerial de profeta,
indiscutivelmente essas coisas acontecem. Não resta dúvidas de que certos
relatos bíblicos apresentam o profeta como alguém capacitado para conhecer
coisas ocultas e futuras.
. Samuel, por exemplo, consegue encontrar as jumentas que o pai de Saul havia perdido (1 Sm 9.6-20).
. Aías, já cego, sabe que a mulher que o vai visitar disfarçada é a esposa do rei Jeroboão, e prediz o futuro de seu filho enfermo (1 Rs 14.1-6).
. Elias anuncia a morte iminente de Acazias (2 Rs 1.16,17).
. Eliseu sabe que seu criado, Geazi, ocultamente aceitou dinheiro do ministro da Síria Naamã (2 Rs 5.20-27) etc.
. Revelar os mistérios das Escrituras Sagradas. Para compreender o que o Espírito Santo quer dizer à igreja, hoje, é necessária uma voz profética, revelando aquilo que a tradição e o dogma têm ocultado. Esta “revelação profética” refere-se à plena compreensão da Palavra de Deus, através de uma pessoa escolhida e ungida para trazer à luz as verdades que nos libertem.
. Os profetas (ministério) predizem o futuro (At 21.11,12), mas são também dotados do poder especial da prédica, da revelação de verdades profundas da parte de Deus. Essa é a sua função precípua (At 13.1; 15.32).
O PREGADOR-PROFETA COMO UM CONFRONTADOR SOCIAL
. Samuel, por exemplo, consegue encontrar as jumentas que o pai de Saul havia perdido (1 Sm 9.6-20).
. Aías, já cego, sabe que a mulher que o vai visitar disfarçada é a esposa do rei Jeroboão, e prediz o futuro de seu filho enfermo (1 Rs 14.1-6).
. Elias anuncia a morte iminente de Acazias (2 Rs 1.16,17).
. Eliseu sabe que seu criado, Geazi, ocultamente aceitou dinheiro do ministro da Síria Naamã (2 Rs 5.20-27) etc.
. Revelar os mistérios das Escrituras Sagradas. Para compreender o que o Espírito Santo quer dizer à igreja, hoje, é necessária uma voz profética, revelando aquilo que a tradição e o dogma têm ocultado. Esta “revelação profética” refere-se à plena compreensão da Palavra de Deus, através de uma pessoa escolhida e ungida para trazer à luz as verdades que nos libertem.
. Os profetas (ministério) predizem o futuro (At 21.11,12), mas são também dotados do poder especial da prédica, da revelação de verdades profundas da parte de Deus. Essa é a sua função precípua (At 13.1; 15.32).
O PREGADOR-PROFETA COMO UM CONFRONTADOR SOCIAL
Esta imagem profética não é muito bem quista entre
as igrejas atuais. Mas já as tradições mais antigas fizeram:
. Natã enfrenta Davi, por causa do assassinato de Urias e o adultério com Batseba.
. Elias recrimina Acabe por ter-se apoderado da vinha do assassinado Nabote (1 Rs 21).
E esta luta pela justiça, sem medo dos poderosos, é o princípio motor dos profetas Amós, Miquéias, Oséias, Jeremias e Ezequiel, cada um a partir de perspectivas e pressupostos diversos.
Nestas circunstâncias, o que chama a atenção do pregador-profeta não são as previsões futuras, nem tampouco (e até menos) seu caráter de homem solitário. O pregador-profeta é um gigante admirável, não por retirar-se para a solidão que o coloca em contato com as ideias mais sublimes, mas porque se compromete plenamente com a sociedade de seu tempo e luta por transformá-la.
. Natã enfrenta Davi, por causa do assassinato de Urias e o adultério com Batseba.
. Elias recrimina Acabe por ter-se apoderado da vinha do assassinado Nabote (1 Rs 21).
E esta luta pela justiça, sem medo dos poderosos, é o princípio motor dos profetas Amós, Miquéias, Oséias, Jeremias e Ezequiel, cada um a partir de perspectivas e pressupostos diversos.
Nestas circunstâncias, o que chama a atenção do pregador-profeta não são as previsões futuras, nem tampouco (e até menos) seu caráter de homem solitário. O pregador-profeta é um gigante admirável, não por retirar-se para a solidão que o coloca em contato com as ideias mais sublimes, mas porque se compromete plenamente com a sociedade de seu tempo e luta por transformá-la.
O PREGADOR-PROFETA É UM HOMEM INSPIRADO POR DEUS
Ninguém em Israel teve uma consciência tão clara de
que era Deus quem lhe falava e de ser porta-voz do Senhor como o profeta. E
esta inspiração lhe vem de um contato pessoal com Deus, que começa no momento
da vocação.
O único ponto de apoio, força e motivação do
profeta é a Palavra de Deus. Palavra que às vezes se assemelha ao rugido de um
leão (Am 1.2), e em outras ocasiões é “gozo e alegria íntima” (Jr 15.16).
Palavra com frequência imprevista e imediata.
Palavra dura e exigente em muitos casos, que se converte em “fogo ardente e
devorador, encerrado nos ossos”, que é preciso suportar e proclamar (Jr 20.9).
Palavra de que muitos gostariam de fugir, como Jonas, mas que termina
impondo-se e triunfando.
O PREGADOR-PROFETA É UM HOMEM AMEAÇADO
Muitas vezes sentirá o que Deus disse a Ezequiel:
“E eles vêm a ti, como o povo costuma vir, e se assentam diante de ti como meu povo, e ouvem as tuas palavras, mas não as põem por obra (em prática); pois lisonjeiam com a sua boca, mas o seu coração segue a sua avareza”.
O PREGADOR-PROFETA É UM HOMEM AMEAÇADO
Muitas vezes sentirá o que Deus disse a Ezequiel:
“E eles vêm a ti, como o povo costuma vir, e se assentam diante de ti como meu povo, e ouvem as tuas palavras, mas não as põem por obra (em prática); pois lisonjeiam com a sua boca, mas o seu coração segue a sua avareza”.
E eis que tu és para eles como uma canção de
amores, canção de quem tem voz suave e que bem tange; porque ouvem as tuas
palavras, mas não as põem por obra (em prática). Mas, quando vier isto (eis que
está por vir), então, saberão que houve no meio deles um profeta (Ez 33.31-33).
É a ameaça do fracasso apostólico, de perder-se numa causa que não encontra eco nos ouvintes. Mas isto é o mínimo que lhe pode acontecer.
É a ameaça do fracasso apostólico, de perder-se numa causa que não encontra eco nos ouvintes. Mas isto é o mínimo que lhe pode acontecer.
Há situações muito mais duras.
. Oséias é chamado de “louco”, “néscio”;
. Jeremias é acusado de traidor da pátria. E se chega também à perseguição, ao cárcere e à morte.
. Elias deve fugir do rei em muitas ocasiões;
. Miquéias termina na prisão;
. Amós é expulso do Reino do Norte;
. Jeremias passa na prisão vários meses de sua vida;
. Urias, filho de Semaías, é apedrejado e jogado na fossa comum (Jr 26.20-23).
Estas perseguições não vêm somente de reis e poderosos, mas também de sacerdotes e falsos profetas. E até o povo se volta contra eles, os critica, despreza e persegue. No destino dos profetas fica prefigurado o de Jesus de Nazaré.
. Oséias é chamado de “louco”, “néscio”;
. Jeremias é acusado de traidor da pátria. E se chega também à perseguição, ao cárcere e à morte.
. Elias deve fugir do rei em muitas ocasiões;
. Miquéias termina na prisão;
. Amós é expulso do Reino do Norte;
. Jeremias passa na prisão vários meses de sua vida;
. Urias, filho de Semaías, é apedrejado e jogado na fossa comum (Jr 26.20-23).
Estas perseguições não vêm somente de reis e poderosos, mas também de sacerdotes e falsos profetas. E até o povo se volta contra eles, os critica, despreza e persegue. No destino dos profetas fica prefigurado o de Jesus de Nazaré.
A ameaça pior pela qual passa o pregador-profeta é
a ameaça que vem de Deus. Este tipo de ameaça muda a orientação da vida do
profeta, arranca-o de sua atividade normal, como acontece com Amós ou com
Eliseu. Deus pede-lhes uma mensagem muito dura.
É o caso de Samuel. Ainda menino, deve transmitir
ao sacerdote Eli, que o tinha criado desde pequeno, sua condenação pessoal e a
de seus filhos (1 Sm 3). Com razão diz o narrador que, na manhã seguinte,
Samuel “não se atrevia a contar a Eli sua visão” (v. 16).
É o caso de Ezequiel, que nem sequer no momento da
morte de sua esposa a pôde chorar tranquilamente; mais importante que sua dor é
a Palavra de Deus, que o força a transmiti-la por meio de uma dolorosa ação
simbólica (Ez 24.15-25).
PROFETISMO DE COSTAS PARA O PRESENTE
Nosso profetismo está de costas para a realidade presente
porque se acostumou a profetizar de olhos fechados. É mais fácil para os nossos
profetas falar da vida alheia do que denunciar questões maiores no que concerne
às últimas tendências da sociedade hodierna.
Nosso profetismo está de costas para a realidade
porque se acostumou a um profetismo intramuros. Nossos profetas só sabem falar
para dentro; nunca aprenderam a falar para fora. São profetas que não têm
mensagem para fora.
Nosso profetismo está de costas para a realidade
porque não consegue fazer leitura do nosso momento histórico. A rigor, nosso
profetismo não consegue sair do plano doméstico. Seu universo é estreito e por
isso tem a tendência de virar fofoqueiro.
PROFETISMO DE AUSÊNCIA
Nosso profetismo é de ausência porque é a-histórico. É trans-histórico, supra-histórico. Não abre janelas nem portas para o momento que estamos vivendo.
Nosso profetismo é de ausência porque é
verticalista. Só olha para cima. Sua perspectiva sempre é para cima. Não tem
equilíbrio.
Nosso profetismo é de ausência porque não é
confrontador. Quando se confronta só consegue se confrontar com o inimigo
imaginário.
Nosso profetismo é de ausência porque é totalmente
visionário. O profeta tem mais visão de dentro de si mesmo do que uma visão
real do mundo e de Deus.
O QUE FAZER
Mudar a rotina profética. Devemos nos reeducar biblicamente com relação ao profetismo a fim de podermos fazer nosso papel profético.
O QUE FAZER
Mudar a rotina profética. Devemos nos reeducar biblicamente com relação ao profetismo a fim de podermos fazer nosso papel profético.
Mudar nossa dimensão profética. Devemos abrir bem
os olhos para ser a voz profética que Deus quer que sejamos.
Mudar a nossa concepção profética. Ser profeta não
é status, não é privilégio, não é pertencer a um grupo elitizado. É ser
sensível à voz de Deus e estar pronto a compreender os caminhos de Deus em
tempo de crise.
COMO FAZER
Não profetizar por entusiasmo, mas com a responsabilidade de estar falando palavras de Deus. O profeta não pode ser movido por entusiasmo, mas por ação de Deus.
COMO FAZER
Não profetizar por entusiasmo, mas com a responsabilidade de estar falando palavras de Deus. O profeta não pode ser movido por entusiasmo, mas por ação de Deus.
Não profetizar como um tipo de “tique” profético. Profeta
não é jeito, não é moda, não é demonstração de espiritualidade; profetismo,
acima de tudo, é vida.
Não profetizar para não perder a pose de profeta. Profeta
não deixa de ser o que é porque não profetiza, mas porque profetiza por si
mesmo, enganando e sendo enganado.
Não profetizar enquanto não tiver a certeza de que se está falando
palavra de Deus. Profeta é um porta-voz de Deus e não um
intérprete da palavra de Deus.
Peroração:
As lições que encerram esta mensagem são muitas. Por isso gostaria de destacar algumas:
1. Profeta não é aquele que pensa estar com a verdade, mas aquele que traz a verdade de Deus aos homens sem exibicionismo.
2. Profetizar de olhos fechados é para os imaturos. Profeta de Deus está consciente da mensagem que está passando.
3. O profeta verdadeiro não é tão-somente o que fala a verdade de Deus, mas o que vive a verdade que está falando.
4. Ser profeta não é status; é ter a esmagadora incumbência de dizer a verdade acima do seu próprio sentimento.
5. Ficam de fora dos planos de Deus aqueles que ousam falar em nome do Senhor quando não foi o Senhor que lhes mandou falar
Deus vos abençoe,
Peroração:
As lições que encerram esta mensagem são muitas. Por isso gostaria de destacar algumas:
1. Profeta não é aquele que pensa estar com a verdade, mas aquele que traz a verdade de Deus aos homens sem exibicionismo.
2. Profetizar de olhos fechados é para os imaturos. Profeta de Deus está consciente da mensagem que está passando.
3. O profeta verdadeiro não é tão-somente o que fala a verdade de Deus, mas o que vive a verdade que está falando.
4. Ser profeta não é status; é ter a esmagadora incumbência de dizer a verdade acima do seu próprio sentimento.
5. Ficam de fora dos planos de Deus aqueles que ousam falar em nome do Senhor quando não foi o Senhor que lhes mandou falar
Deus vos abençoe,
Pr. Paulo tomé
Eu verei novo céu e nova terra - Alessandra samadelo
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Maranatah!
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